10/09/2013
A Associação dos Procuradores do Estado do Acre - APEAC realizará o Curso “Introduzindo a cultura coaching no serviço público: gestão estratégica, liderança e perfil profissional”, tendo como facilitador o Procurador do Estado do Acre M. Sc. Luciano José Trindade, no dia 9 de outubro de 2013, no auditório do CEJUR/PGE, localizado na Av. Getúlio Vargas, nº 2852, bairro Bosque, das 14h às 18h, com carga horária de 4 h/a.
O evento objetiva conhecer os princípios e os pressupostos da cultura coaching; reconhecer a necessidade atual da gestão estratégica; identificar o papel e a importância da liderança no serviço público; proporcionar autoconhecimento do perfil profissional; analisar o alinhamento entre os valores institucionais e pessoais; bem como realizar avaliação comportamental em que retrata o perfil profissional do servidor auxiliando para melhor lotação funcional.
As inscrições poderão ser efetuadas pelo e-mail apeac.procuradores@gmail.com, impreterivelmente até o dia 8 de outubro de 2013 e seu custo é de R$ 200,00 (duzentos reais) por participante, devendo o pagamento ser efetuado em nome da Associação dos Procuradores do Estado, CNPJ 14.412.811.0001-04, Agência 2358-2, c/c 18.975-8, do Banco do Brasil. Entidades públicas poderão fazê-lo por meio de Nota de Empenho.
I - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO
A) COACHING
- O que é coaching?
- princípios absolutos do coaching
- principais pilares do coaching
- a lei da potencialidade pura e as crenças limitantes
- necessidades básicas do ser humano
- “são as perguntas que movem o mundo”
- metodologia F.A.S.E.R. (foco, ação, supervisão, evolução contínua e resultados)
- técnicas e ferramentas (ambiente seguro, rapport, níveis de aprendizagem, formatando objetivos, roda da vida)
B) GESTÃO ESTRATÉGICA
- as incertezas do mundo contemporâneo
- gestão estratégica e inovação
C) LIDERANÇA
- chefe x gerente x líder
- “adeus comando e controle”
- uma nova capacidade organizacional (identidade, pessoas, informação, confiança e significado)
- processo de comunicação e sua importância nos relacionamentos interpessoais;
- descobrindo nosso líder interior
- características do líder coach
D) PERFIL PROFISSIONAL
- “ouse conquistar a si mesmo”
- missão, visão e valores institucionais
- crenças e valores pessoais
- capacidades e habilidades
- pontos fortes e pontos de melhoria
- energia, autoestima, influência do meio externo e flexibilidade
- identificação da visão, dos valores e da missão de vida
- investigação, avaliação e relatório do perfil comportamental e profissional (tríade do tempo, avaliação preferencial do cérebro e coachingassessment)
II - METODOLOGIA DO CURSO
Aula expositivo-dialogada, debate, atividades práticas, questionários e exercícios em sala de aula, fazendo uso de flip-chart, quadro branco e projetor de imagens (data show).
II - OBJETIVOS
• Conhecer os princípios e os pressupostos da cultura coaching;
• Reconhecer a necessidade atual da gestão estratégica
• Identificar o papel e a importância da liderança no serviço público;
• Proporcionar autoconhecimento do perfil profissional; e
• Analisar o alinhamento entre os valores institucionais e pessoais.
IV - JUSTIFICATIVA
Mesmo com todas as descobertas científicas e com o progresso tecnológico cada vez mais célere, o ser humano parece cada vez mais insatisfeito com sua condição, com seu modo de vida e com os objetos que dispõe no dia-dia.
A modernidade tornou a vida humana individual e coletivamente mais complexa, sofisticada e acelerada, exigindo novas e melhores habilidades das pessoas nos relacionamentos pessoais e profissionais.
Com isso, as organizações públicas ou privadas estão diante de desafios que vão além da produção e oferta de produtos e serviços que atendam as necessidades básicas do cidadão ou consumidor.
Atualmente não basta que as organizações estejam focadas nas necessidades e nas comodidades exigidas pelos seus clientes. Aliás, a própria satisfação está intimamente ligada a outros fatores como, por exemplo, à consideração das motivações, dos valores e do bem-estar das pessoas que a integram e à sua responsabilidade social e ambiental.
Assim, embora os Administradores Públicos se preocupem em oferecer à população um serviço de qualidade, buscando cumprir o que propuseram no plano de ação para seus mandatos, as pesquisas e estatísticas mostram que maioria dos órgãos públicos recebe inúmeras reclamações de pessoas insatisfeitas com os serviços e com a abrangência aquém das expectativas de seus usuários.
Por outro lado, pressupõe-se que a administração pública é dotada de um excelente capital humano, pois, em regra, seleciona por concursos públicos profissionais tecnicamente preparados para o desempenho das funções públicas administrativas.
Então, se os servidores públicos têm altas competências profissionais, o que conduz então a essa enorme dificuldade em levar a termo a execução dos planos de ação nos serviços públicos, seja ele Municipal, Estadual ou Federal ?
Por que a maioria das organizações públicas, assim como muitas organizações privadas, vive uma crise cada vez mais profunda no que se refere ao atendimento das expectativas cada vez maiores e sofisticadas da sociedade?
Na obra clássica A estrutura das revoluções científicas, Thomas s. Kuhn demonstra que nas múltiplas áreas de conhecimento, desde as ciências exatas até as humanas, a evolução científica depende mais de um processo contraditório de questionamento de dogmas consagrados e de revolução do pensamento vigente, do que do acúmulo gradual de dados e informações. Nesse sentido, a percepção que se abre é que as crises devem ser aproveitadas como situações propícias à erupção de transformações do pensamento científico e de suas práticas correspondentes.
Nesse sentido, para exemplificar, sucessivas crises internacionais evidenciaram a existência questões de interesse planetário que dizem respeito e afetam a humanidade como um todo, tais como a globalização econômica, a flexibilização das fronteiras estatais, as imigrações em massa, a sustentabilidade ambiental, o terrorismo, a criminalidade internacional. Com isso, tornou-se necessário abrir-se o pensamento e as práticas para uma espécie de globalização democrática e inclusiva, ainda que incipiente, com a criação de mecanismos e a emergência de novos modelos civilizatórios, como por exemplo a consolidação dos blocos regionais de interesse, o envolvimento e o esforço das coletividades sociais para a cooperação transnacional, a constituição de instituições multilaterais de cooperação, de regulamentação e de decisão sobre os conflitos de interesses e o estabelecimento de princípios que garantam direitos basilares a toda e qualquer pessoa, bem como o acesso de todos os indivíduos aos bens, serviços e informações propiciados pela modernidade.
Nestes tempos de mudanças, incertezas e crises, tornou-se propício para se questionar o modelo tradicional de liderança no qual os líderes estão habituados exclusivamente aos mecanismos de comando e controle, de forma que diante das pressões reagem automaticamente puxando ainda mais as rédeas e impondo padrões de conduta e de produtividade.
A todo momento a natureza nos dá a grande lição de que para existir e se desenvolver a vida gera e organiza na medida certa e de forma flexível, adaptável, interativa, consciente e criativa todos os recursos que necessita.
Essa lição não pode ser ignorada. Acreditamos que se as dinâmicas básicas da natureza podem ser vivenciadas e compartilhadas pelas pessoas e organizações em todos os lugares e em qualquer cultura.
Nas organizações, o modelo tradicional de liderança tem conduzido seus responsáveis ao fracasso porque produz emoções primitivas de medo, escassez e egoísmo, que acarretam frustração e indiferença das pessoas ao mundo. Por isso, é necessária uma liderança nova nas organizações, que seja capaz de substituir aquelas emoções negativas por características humanas mais nobres, como a cooperação, o altruísmo e a generosidade.
É possível a criação de organizações e comunidades mais eficientes, harmoniosas, criativas e solidárias, baseada em processos participativos e na capacidade das pessoas de aprender e se adaptar. E o caminho para isso é mais fácil do que se pensa, porque suas raízes já estão presentes, ainda que adormecidas, no íntimo de cada pessoa.
Não é difícil observar que nas organizações muitos de seus integrantes gostam e tem orgulho do que fazem, porém abominam seus chefes.É preciso perceber que ter grande currículo não significa ser um grande líder. E que devido à falta de competência e habilidade dos chefes na área de relacionamento humano, os subordinados não são adequadamente liderados e excelentes profissionais tornam-se inoperantes e ineficazes, ainda que neles tenha havido altos investimentos em cursos de capacitação.
O modelo tradicional de liderança, onde o chefe se concentra exclusivamente na implantação e execução de mecanismos de comando e controle, funcionou em outras épocas, onde não havia grandes necessidades de uma administração transparente e as pessoas eram alienadas e não participavam das decisões tomadas pelos superintendentes, diretores, delegados, etc. Hoje, esse gerenciamento já não é paradigma para as grandes transformações que vem ocorrendo com as sociedades globalizadas, nem para as exigências de políticas públicas transparentes e de servidores qualificados, conscientes e participativos da administração pública.
Na atualidade, os campos políticos, acadêmicos, empresariais, jurídicos e sociais deslocaram seu vetor de aplicação do foco centrado no patrimônio e na estrutura da organização. O foco está centrado no ser humano.
Indicando que o foco nas pessoas é a principal característica da nova visão de liderança, Cyntia A. Montgomey, da Harvard Business School,demonstra em pesquisa sobre as ameaças às vantagens competitivas, que uma empresa que obtém a liderança no seu segmento baseada exclusivamente na diminuição de preços de seus produtos, será superada em apenas 60 dias. Se a liderança advém de propaganda e publicidade, então provavelmente será superada em cerca de 1 ano. Mas, se a liderança tiver como base o investimento realizado para o desenvolvimento de seu pessoal, então serão necessários 7 anos para que outras empresas possam lhe tirar a liderança.
A dignidade do ser humano vem tomando proporções muito elevadas em todas as áreas. Essa valorização contribui para a elevação da auto-estima do povo em geral e do servidor público em particular.
O povo, que paga impostos e conhece seus direitos, exige dos órgãos públicos maior eficácia na prestação de serviços.
Por isso, o investimento no capital humano é o novo paradigma não só das organizações privadas, mas também da Administração Pública, pois ele é o diferencial que pode garantir uma administração mais eficaz, motivada e competente.
Na atualidade, em todo o mundo busca-se construir organizações inteligentes, que aprendem e se transformam (learningorganization), formadas por equipes inteligentes, que aprendem e se transformam (learningteams), feitas por pessoas inteligentes, que aprendem e se transformam (learningperson).
Par que essa realidade esteja ao alcance dos administradores públicos é necessário que os antigos chefes sejam transformados em verdadeiros líderes.
O antigo chefe mantinha os subordinados sob disciplinacoerciva, impondo-lhes uma obrigação infantilizada e tirando-lhes a capacidades de pensarem por si mesmos.
Hoje o liderar significa contribuir para o crescimento da equipe,motivar os membros para que cada um dê o melhor de si e promover o desenvolvimento das competências internas dos liderados tornando-os criativos, flexíveis e com liberdade para se desenvolverem.
O responsável por essa nova liderança pode ser chamadode Líder-Coach. Além de possuir competências profissionais, ainda tem qualidades para manter um bom inter-relacionamento pessoal e para motivar sua equipe para o desenvolvimento contínuo, o que permite maior criatividade, dedicação e produtividade.
A necessidade dessa nova liderança há algum tempo já é apontada por renomados autores da área, podendo-se indicar Peter Drucker, para que “as pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”, Jack Welch, ao afirmar que “no futuro, pessoas que não forem Coaches não serão promovidas. Gestores que forem Coaches serão a regra” e Stephen Covey, quando diz que “a força de um chefe vem da admiração que ele desperta e não do medo que inspira”.
O curso “introduzindo a cultura coaching no serviço público: gestão estratégica, liderança e perfil profissional”visa difundir a visão sobre a importância das pessoas no serviço público, os princípios e a metodologia do coaching, a da gestão estratégica no mundo contemporâneo, a capacidade do líder coach para o desenvolvimento das pessoas e a importância do envolvimento dos servidores públicos na construção e afirmação dos valores pessoais e institucionais.
O pressuposto desse pensamento é de que o autoconhecimento, a conduta e o perfil profissional dos servidores públicos são fundamentais para a qualidade e excelência do serviço público, conjugando aspectos que vão além da capacidade técnica, tais como a habilidade nas relações interpessoais e ao discernimento moral e comportamental.
Nesse sentido, compreende-se que a nova mentalidade de liderança e a consciência ética são elementos fundamentais para comprometer os servidores públicos com o respeito à cidadania, ao estado de direito e à consolidação da democracia.
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